quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Adição de açúcar no tabaco

Estudo denuncia adição de açúcar no tabaco para atrair novos consumidores


Aditivos disfarçam sabor amargo do tabaco e ajudam a reforçar a dependência

Indústria do tabaco tenta captar novos clientes, principalmente jovens e mulheres, desenvolvendo produtos específicos com aromas de baunilha, morango e chocolate

As indústrias tabagistas estão a utilizar açúcar e aromas para suavizar o gosto de seus produtos e atrair o público mais jovem, denuncia um estudo do Comité Nacional contra o Tabagismo francês (CNTC) divulgado pela imprensa francesa.


A análise feita em parceira com uma revista 60 million consumers detalha que para captar novos clientes e fidelizá-los foram desenvolvidos produtos específicos com aromas de baunilha, morango e chocolate, que disfarçam o sabor amargo do tabaco e de maneira paralela reforçam a dependência à nicotina. Um decreto de 2009 proíbe na França adição de adoçante no cigarro e limita a quantidade de aroma de baunilha.

Conforme o estudo divulgado pelo jornal Le Post, "dezenas de outros sabores são permitidos, e o decreto só se aplica a cigarros, e não aos demais produtos de tabaco". "O que está proibido num cigarro pode estar autorizado em outro", lamentam as organizações, as quais encontraram uma quantidade de açúcar próxima de 10% no tabaco de enrolar e adoçantes no papel de fumar.
O número é mais alarmante. Cerca de 7% dos estudantes enrolam seus cigarros e o consumo do tabaco de rolo passou de 5.000 para 7.000 toneladas nos últimos 20 anos.

Marketing — Os cigarros finos fizeram uma ofensiva de marketing às mulheres adicionando aromas de baunilha. As análises descobriram em alguns produtos quantidades dez vezes superiores às autorizadas nos cigarros, alertam os responsáveis pelo estudo.
A revista e o CNCT exigem que a regulamentação se aplique não só de maneira restrita, mas afecte todos os produtos do tabaco, e solicitam a proibição dos demais aromas agora autorizados, o que já está em prática no Canadá.

Para resistir à ofensiva da indústria do tabaco às mulheres e aos adolescentes, pedem que a informação nas embalagens seja mais clara, porque não é possível que um consumidor receba mais informações sobre a composição de um iogurte do que de um produto tão nocivo como o tabaco.

Sem comentários:

Enviar um comentário